As cutículas costumam incomodar esteticamente na hora de fazer as unhas. Elas são uma camada de proteção e, por isso, os médicos não aconselham sua retirada. Mesmo assim, a maioria das mulheres lança mão do alicate para removê-las. Agora, outra técnica chama a atenção: a cutilagem russa. Já ouviu falar? Elimina apenas o excesso, com instrumentos específicos, reduzindo o risco de “tirar bifes”. Promete bom acabamento e manutenção quinzenal.
Preparamos um guia sobre o assunto, que tira as principais dúvidas, menciona as vantagens, apresenta as opiniões de dermatologistas e revela os valores. Confira!
O que é cutilagem russa?
Consiste em uma técnica atribuída aos russos para aparar a cutícula em vez de removê-la. Troca-se a espátula e o alicate das manicures por tesoura específica e lixa elétrica cilíndrica (broca). A proposta é ficar livre de “pelinhas” saltando por até 15 dias, prolongando o resultado estético. Vale tanto para as mãos quanto para os pés.
“Em vez de simplesmente empurrar ou mesmo cortar a cutícula com o alicate — o que normalmente favorece exageros por ser uma ferramenta muito cortante, estimula o crescimento contínuo da película e pode levar à retirada acidental de ‘bifes’ —, na cutilagem russa o profissional elimina delicadamente e com cautela o contorno da unha com a tesoura e a lixa [broca]”, explicou a instrutora do curso de manicure Vanessa Castro, no site do Instituto Embelleze.
Vantagens da cutilagem russa
Para as interessadas no procedimento, segue a lista dos seus possíveis benefícios:
- Manutenção mais espaçada: a visita ao salão passa a ser quinzenal, em vez da semanal recomendada para o processo tradicional com alicate. Isso ocorre porque, como só retira o excesso, não há um crescimento acelerado da pele.
- Reduz risco de cortes: quando realizada por um profissional bem treinado, a chance de machucado é inferior à da cutilagem tradicional, porque a tesoura corta apenas o excesso.
- Bom acabamento: a meta é atingir a estética desejada sem ir à fundo na retirada de pele.
É mais saudável que retirar a cutícula com alicate?
Os médicos não indicam a retirada da cutícula, porque é uma forma de proteção. Isso vale tanto para alicate quanto para a cutilagem russa.
“Ainda que seja um hábito, desaconselho sua remoção, uma vez que ela é a barreira natural contra agentes infecciosos. O recomendado é apenas cortar as unhas, hidratar e empurrar a cutícula”, disse a médica Carla Bortoloto, especializada em dermatologia clínica e cirúrgica, em entrevista ao Universa.
“A técnica da cutilagem russa deixa a cutícula interna e a matriz da unha mais exposta aos danos do dia a dia, sendo porta de entrada para infecções e micoses. Feita com a broca, pode deixar as unhas mais finas e fracas”, explicou a médica Emily Alvernaz, com especialização em dermatologia e cirurgia estética da Clínica Goa, em entrevista ao mesmo site.
Lista de material para cutilagem russa
O diferencial da técnica está justamente nos materiais utilizados, já que abre mão dos convencionais (alicate e espátula), substituindo-os por outros específicos:
- Tesoura especial para cutilagem, com formato anatômico e ponta fina
- Lixa elétrica cilíndrica (broca)
Importante: todos os itens devem ser devidamente esterilizados, assim como acontece com o alicate e a espátula. Assim, evita-se infecções.
Como é feita a cutilagem russa?
- Depois de retirar o esmalte, utiliza-se a broca, uma lixa cilíndrica elétrica que facilita o futuro corte com a tesourinha e ainda tem a função de polir a unha, removendo as peles que ficam aderidas à superfície.
- Com a cutícula suspensa e descolada, chegou a vez de usar a tesoura com curvatura na ponta, que acompanha o formato da estrutura de pele. Com cuidado, corta-se o excesso de pele.
- A esmaltação pode ser feita logo a seguir.
É possível fazer cutilagem russa em casa?
Sem a lixa elétrica cilíndrica (não use-a sem treinamento), a alternativa caseira é hidratar a região, empurrar a cutícula com uma espátula e cortar o excesso com a tesourinha. Mas é preciso cuidado e habilidade para não se machucar, assim como acontece com o alicate. Se for diabética ou estiver em tratamento contra o câncer, deixe a ideia de lado, não arrisque-se.
Cutilagem russa: preço
O procedimento é quinzenal, enquanto o tradicional com alicate costuma ser refeito uma vez por semana. Mas isso não se traduz em contenção de gasto, porque a cutilagem russa é mais cara, devido aos materiais e ao tempo maior para sua realização. Os valores variam de acordo com a região do País, mas costumam representar o dobro ou até mais do que os da técnica de manicure/pedicure tradicional.
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